sábado, 23 de maio de 2009

Evangélicos fazem marcha

contra criminalização da homofobia e dizem que ser gay é "opção

Evangélicos fazem marcha contra criminalização da homofobia e dizem que ser gay é "opção"

Na terça feira (22/04) será realizada a "Jornada nacional evangélica pela família", organizada pelo Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política (FENASP), que terá como pauta a contrariedade ao aborto, um ato contra o PLC 122 - aquele que criminaliza a homofobia em todo o território brasileiro. A Conferência Nacional GLBT também é um dos itens a serem "combatidos".

Quais são os motivos? "Eu entendo que o PLC 122 irá retirar a liberdade de expressão, é uma mordaça, eu não terei mais liberdade de criticar o estilo de vida homossexual", afirmou Wilton Costa da secretaria nacional do FENASP. Já para a Senadora Fátima Cleide, relatora do PLC 122,"o que não pode mais acontecer é homossexuais continuarem a morrer ou serem expulsos de locais públicos por conta de sua orientação sexual".

Além da Senadora Fátima Cleide, o projeto de lei tem em sua frente de apoio as senadoras Patrícia Saboya e Serys Slhessarenko. Todas, ao conversarem com A Capa, deixaram claro que respeitam a liberdade de expressão e/ou culto, porém, como atentou Patrícia Saboya, "só podemos esperar que esta marcha de fato defenda todas as famílias brasileiras, inclusive as famílias homossexuais".

"Podem criminalizar a homofobia, desde que não nos calem. Não somos contrários às pessoas, e acima de tudo somos favoráveis a qualquer tipo de discussão. Mas, eles querem fazer descer goela à baixo que não é uma opção sexual, nós não concordamos com isso. É um pecado", disse Wilton sobre a tipificação de crimes decorrentes da homofobia e orientação sexual. Serys Slhessarenko, que faz parte da frente de senadores que defendem a diversidade sexual, argumenta sobre a laicidade: "o Estado é Laico e não pode adotar posturas baseadas na fé de ninguém, pois estaria indo de encontro (contra) ao princípio democrático da pluralidade e diversidade".

A Conferência Nacional GLBT também entrou em pauta. "Olha, podem fazer a conferência, desde que não seja com o dinheiro do governo. Eles querem se igualar aos negros, aos índios, e não é. Nós não concordamos com isso", afirmou Wilton. Saboya reforça a não-discriminação. "Como mulher, nordestina e membro da Frente Parlamentar pela Cidadania GLBT, tenho pautado minha atuação política pela defesa da pessoa humana e por isso me posiciono contra toda forma de preconceito". A sen. Serys Slhessarenko enfatiza o respeito às minorias, "A manifestação para defesa de uma posição, entendimento e interesse faz parte da democracia, mas manifestar contra o direito da minoria em existir é um ato de afronta a democracia".

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